sábado, 13 de junho de 2015

Continuidade

No dia 29 de setembro de 2012, o CAPUT iniciou suas atividades. Misto de projeto social e clínica psicanalítica, o novo serviço surpreendeu até mesmo seus realizadores, pelo alcance que teve junto ao público juvenil. Pela primeira vez na cidade, adolescentes com histórico social e psíquico complicado não só aderiam, como demandavam atendimento.
"Aqui vocês perguntam, não fazem igual nos outros lugares, que parece que o pessoal já sabe quem a gente é, qual é o problema da gente, e sai tacando remédio", disse nosso primeiro paciente, "Dá um jeito aí, se eu não parar com a cocaína, vou morrer; tenho que pedir é aqui mesmo, porque é o CAPUT que faz o que minha família devia fazer", afirmou outro, em momento de crise, na semana passada.
São várias histórias de construção de um PROJETO DE VIDA, diferente daquele que parece ser o destino de quem é jovem, pobre e negro, e que tem passagem pelo tráfico de drogas, os famosos 3 "C": cadeia, cadeira de rodas ou caixão.
Hoje, com 194 adolescentes entre 14 e 18 anos, provenientes de todos os cantos da cidade - e sem outro lugar para se tratar sequer próximo do que se tornou o CAPUT para eles - estamos aguardando a definição da continuidade do projeto, que sairá de uma reunião decisiva, da qual participam os responsáveis pelo financiamento do serviço.
Como dizem nossos meninos, tomara que a parada não amargue, que não role treta e que fique tudo pela ordi!

Nenhum comentário:

Postar um comentário