sábado, 13 de junho de 2015

MUDAnça [o jardim dançante de Núria Manresa]






   Projeto "MUDAnça" é a oficina da Núria Manresa, arquiteta e paisagista, com os meninos do CAPUT. Estão, há meses, envolvidos com nosso jardim de inverno. No primeiro dia de oficina, trocaram opiniões sobre possibilidades, conversaram e colocaram as ideias no papel. Alguns meninos fizeram desenhos relacionados com o espaço, organizando algumas das ideias discutidas, entre elas, vasos suspensos pendurados no pergolado, hera e graffiti na parede. Outros meninos, enquanto isso, faziam objetos decorativos (pires pintado, colar de canudinhos, pintura de base das das latas de spray que servirão como vasos). No segundo dia, os meninos pintaram com cores as latas que estavam com primer branco, furaram o fundo de algumas latas e começaram atecer um macramê com o cordão de rolo que servirá para pendurar as latas no pergolado. No terceiro dia, acabou-se de furar as latas, plantar as suculentas, tecer o macramê, finalizando o jardim suspenso, que é a primeira etapa do projeto. 


 A segunda etapa foi dar conta dos canteiros (erva daninha roxa, hera e espada de São Jorge) e do piso de pallets e da parede do fundo.O projeto de um deck feito com pallets, com espaço para plantas, vem sendo desenvolvido há semanas. Chegou a hora da execução.
O pallet utilizado para viabilizar a otimização do transporte de cargas em espaços comerciais é reinventado pelos meninos do CAPUT para significar, por sua obra, um saber-fazer pessoal. Como diria Michel de Certeau, trabalhar com a reciclagem, a sucata, realiza "golpes" no terreno da ordem estabelecida, desvia para fins próprios, com criatividade e liberdade (principalmente por não estar preso a fins lucrativos), o que estava a serviço do capital. Uma generosa economia do dom, uma ética da invenção de novos usos se opondo ao que se destina ao tempo curto do descarte.
Trabalho ao som do funk, quase-dança: gratuita e alegre.
A intervenção proposta por sua oficina transcende sua locação imediata e remete ao território da infância, da instabilidade adolescente, da reconfiguração do espaço de tratamento.
Por fim, uma gangorra.
Para provocar nossa percepção para situações não óbvias. Para estimular um jogo de dois, do que balança e do que empurra. Para convidar o corpo ao vaivém. Para revelar a alegria.









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